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FORTUNA
BALNEARIS

Em colaboração com Stefano G.
Curado por Giulio Verago 
Texto adicional por Francesca Rossi Minelli

 

Fortuna Balnearis, concebida especialmente para a

Edicola Radetzky, funciona como uma espécie de "quarto urbano", íntimo, mas exposto aos olhares dos passantes; é também um espaço de observação, um laboratório de fantasia, erótico, um teatro de ações performativas realizadas pelo artista em  colaboração com o performer Stefano G. 

 

A performance inaugural de quarta-feira, 13 de julho, será também desdobrada nas quartas-feiras sucessivas, sempre às 19h: dias 20, 27 de julho e 3 de agosto.

 

A ação cênica é baseada na repetição do gesto antigo do bordado com referências à Penélope que espera Ulisses, à tensão entre o finalizado e o não finalizado, entre o desejo de presença e a projeção da ausência. A cena é completa e enriquecida de elementos de cerâmica de dimensões variadas, algumas suspensas no espaço contendo pequenas anotações em sua superfície (por vezes irônicas). Além da Penélope, o artista adiciona às referências o culto dos santos e suas simbologias por vezes escondidas, não excluídas de implicações queers como no caso de São Sebastião. Na antiga Roma, Fortuna Balnearis era a divindade dos banheiros públicos, lugares de relação, teatro de seduções e violência. Essas referências aparentemente disparatadas são imagens aproximadas em um fluxo de pensamento e poesia que o artista também destila em seu podcast Pivote - acompanhamento sonoro ideal para este projeto.

 

A pesquisa artística de Matheus Chiaratti abraça a pintura, o bordado, a cerâmica, a fotografia e a escrita em uma composição própria de fragmentos domésticos, em um repertório de formas extravagantes, naturezas-mortas e banquetes onde Sandro Penna toma um chá com Félix González-Torres. De um ponto de vista simbólico, é explícita a invocação a um repertório da mitologia pagã-cristã, relida com a ironia de um flâneur e com a consciência de implicações políticas do exercício de desejar. 

 

Na obra de Chiaratti, a voz dos poetas do passado coabitam com as minúcias da vida cotidiana, em situações artísticas em que um simples bilhete de metrô pode ser o pretexto poético para buscar um outro lugar onde afogar o próprio desejo, longe dos olhares curiosos e impertinentes. A citação de uma carta de Jean Cocteau (proveniente da própria coleção do artista) é um pretexto pra refletir sobre o tempo que vivemos e sobre a contradição insanável entre what you see and what you get.

 

Fortuna Balnearis assinala também a conclusão do período de residência em Viafarini, Milão. Experiência acrescida de uma outra breve residência em junho, em Grottaglie, sul da Itália: Mena Fueco, uma espaço de experimentação e plataforma para a cerâmica jovem contemporânea. Agradecemos à curadora independente Francesca Rossi Minelli pela generosa colaboração ao projeto.

 

Agradecimentos: Fiorella Fontana, Giulio Verago, Sté, Francesca Rossi Minelli, Mena Fueco e Uzhu, Giorgio di Palma, Exfrantoio Grottaglie, Andrea D'Aversa, Giulio Elia, Imma Lenti, Rosario Pedone, Mariangela Distante, Luca Marianaccio, Luis Pérez-Oramas, Ateliê 397, Jacopo Lupi, Ciça Ohno, Isabela Rossi, Anna Del Torchio, Emanuele Sosio Galante, Chiara Zoppei, Fabrizio De Gaetano, Francesco Petri, Viafarini-in-Residence, Quadra Galeria, Aura Galeria, Gate Art.

 

 

“Ora che tutti gli altri hanno parlato a perdifiato, è giunto il mio turno. Lo devo a me stessa. Ci sono arrivata per gradi: narrare è un’arte minore, la esercitano donne anziane, mendicanti girovaghi, cantanti ciechi, ancelle, bambini – gente che ha tempo a disposizione. Una volta si sarebbe riso di me se mi fossi atteggiata a menestrello […] ma adesso che valore ha l’opinione degli altri? Qui ci sono solo ombre, echi. Tesserò, dunque, la mia tela.”

Margaret Atwood, A Odisseia de Penélope
 

Giulio Verago

Viafarini-in-Residence

INFO

FORTUNA BALNEARIS

Abertura: 13 de Julho de 2022

Até 3 de Agosto de 2022

Performance toda quarta-feira

Edicola Radetzky | Viale Gorizia (lado Darsena), Milão

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©2024 by Matheus Chiaratti.

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